Lula articulou a criação do monópilo e favoreceu empresas com o dinheiro do contribuinte O empresário Auro Gorentzvaig, ex-acio...
Lula articulou a criação do monópilo e favoreceu empresas com o dinheiro do contribuinte
O empresário Auro Gorentzvaig, ex-acionista da Petroquímica
Triunfo, fez duras acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
contra a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente da estatal José Sérgio
Gabrielli e diretores como Paulo Roberto Costa em seu depoimento na CPI da
Petrobras.
Independente de suas opiniões políticas controversas emitidas na
ocasião, algo que certamente será explorado pelos aliados do governo, suas
acuações merecem bastante atenção.
Gorentzvaig respondeu a perguntas do relator a respeito das
denúncias que fez contra o governo Lula no episódio em que sua família perdeu o
controle da Triunfo em benefício do grupo Odebrecht.
O empresário enviou uma denúncia à Procuradoria-Geral da República
em que acusa a Petrobras de ter adquirido empresas do setor petroquímico por
valores acima do valor de mercado e repassado depois o controle das empresas à
Braskem (BRKM5), subsidiária da Odebrecht.
ex-acionista da Petroquímica Triunfo, o empresário afirmou em seu
depoimento que a empresa foi “expropriada” em benefício da subsidiária da
Odebrecht, contando com participação ativa do ex-presidente Lula.
Segundo Gorentzvaig, o objetivo “dessa ação deliberada do governo”
era dar à Odebrecht o monopólio do setor. Além de Lula, ele acusou Dilma
Rousseff, então presidente do Conselho Administrativo da Petrobras; Sérgio
Gabrielli, ex-presidente da estatal; e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de
Abastecimento, de envolvimento no processo de integralização acionária que fez
sua família perder o controle da petroquímica.
.
“Fomos surpreendidos por essa política de monopólio, que acabou
submetendo todas as indústrias petroquímicas à Braskem, da Odebrecht”, afirmou.
Gorentzvaig contou aos parlamentares que teve uma reunião com Lula,
em 2009, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. De acordo com o
depoente, o encontro, do qual também participou Paulo Roberto Costa, ocorreu
por intermédio do petista Luiz Marinho, atual prefeito de São Bernardo do
Campo.
A reunião, segundo o empresário, aconteceu em meio à disputa
acionista entre a Petrobras e a Petroplastic (empresa da família dele) pelo
controle da Triunfo – repassado depois para a Braskem, da Odebrecht, por meio
de uma operação de incorporação acionária.
Gorentzvaig ainda afirmou que a Petrobras comprou a empresa Suzano
Petroquímica e vendeu abaixo do valor. De fato, compra da Suzano aconteceu em
2007. A Petrobras desembolsou mais de R$ 4 bilhões pela petroquímica que era
avaliada em bolsa em R$ 1,2 bilhão. A empresa passou a se chamar Quattor. Em
seguida, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa resolveu então incorporar a nova companhia à
empresa privada Braskem.
Outros empresários do setor corroboram as declarações de Auro
Gorentzvaig, de que houve mesmo um movimento para transferir para a Braskem, da
Odebrecht monopólio do setor com aval de Lula e Dilma.
Em janeiro de 2010, a Petrobras e Odebrecht anunciaram ter fechado
acordo para que a petroquímica Braskem – que era controlada pelas empresas –
adquirisse a participação de 60% que a Unipar detinha na Quattor. A operação
criou a maior petroquímica das Américas em capacidade de produção de resinas
termoplásticas, segundo o comunicado emitido à época.
As afirmações do empresário apontam claramente o papel de Lula nos
bastidores para favorecer a Odebrecht e a criação não de um cartel, como é o
caso das empreiteiras investigadas na Lava Jato, mas de um monopólio petroquímico.
Lula era o articulador das empresas "campeãs nacionais" e interferia
no mercado com o objetivo de favorecer empresas eleitas com dinheiro do BNDES,
como a Oi e Friboi.
Se for comprovado que Lula articulou a criação do monópilo e
favoreceu empresas com o dinheiro do contribuinte, fatos que caracterizam uma
série de crimes, o ex-presidente merece mesmo ir para a cadeia.
Embora seja um peixe menor no mar de corrupção revirado na operação
Lava Jato, as declarações de Auro Gorentzvaig podem ter trazido à tona alguns
indícios cruciais sobre a linha de investigação que pode levar Lula para a
prisão.
@muylaerte