Revolta da cúpula do PT em relação a Delcídio do Amaral não tem nada a ver com a indignação com a corrupção ou com o suposto tráfico d...
Revolta
da cúpula do PT em relação a Delcídio do Amaral não tem nada a ver com a
indignação com a corrupção ou com o suposto tráfico de influência. A fúria da
cúpula petista se deve de ao fato do senador ter exposto um dos mais influentes
parceiros de negócios com o partido e com o governo: o banqueiro André Esteves.
Enquanto
a bancada do PT no Senado se queixa de traição por parte do presidente do
partido, Rui Falcão, Dilma Rousseff e de
Lula, os Integrantes da cúpula do partido planejam expulsar o senador
Delcídio do Amaral com aval do ex-presidente.
O
estrago já foi feito e é colossal. A importância estratégica de Esteves para o
PT não se resume ao fato raso de ter doado cerca de R$ 17 milhões à campanha presidencial
de Dilma e Michel Temer. Lula ficou tão revoltado com envolvimento e a prisão
do banqueiro, que teria chamado Delcídio de idiota e afirmado que o fato de ter
tido uma conversa gravada foi "coisa de imbecil".
Delcídio afirmou em depoimento à PF que traçou um plano de fuga para Nestor Cerveró apenas para confortar o filho do ex-diretor da Petrobras, mas acabou criando uma situação bastante desconfortável para si, para o PT e para o dono do BTG-Pactual, que se encontra preso no presídio Bangu 8.
O
controverso bilionário exposto por Delcídio preside o maior banco de
investimentos da América Latina é responsável pela gestão de uma empresa que administra
R$ 306,8 bilhões em ativos, 3.500 funcionários e escritórios em 20 países. Uma
pessoa assim pode ser muito útil ao partido. E foi.
A
trajetória meteórica do Menino de Ouro do mercado financeiro começou na esteira
do Pré-Sal e do entusiasmo vendido pelo Lula e Dilma. Mais que um
banqueiro associado ao PT e ao atual governo, Esteves está por trás
de uma série de negócios suspeitos envolvendo pessoas ligadas ao governo, à
Lula e ao PT.
O
banqueiro tem negócios com José Carlos Bumlai, o amigo preso do ex-presidente
Lula, já foi apontado como responsável pelo pagamento de propina de R$ 6
milhões na venda de postos de combustíveis a BR Distribuidora e também
acionista da Sete Brasil— empresa investigada pela Operação Lava-Jato.
Arrojado,
a filosofia de Esteves é bem parecida com a qual Lula tentou impulsionar o crescimento do país: por meio da corrupção.
@muylaerte