Durante décadas, Lula sempre posicionou como um grande crítico do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em seu primeiro discurso públ...
Durante décadas, Lula sempre posicionou como um grande crítico do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em seu primeiro discurso público após se recuperar de um câncer em 2012, o ex-presidente opinou sobre as intervenções do fundo em economias em crise:
"Pedem austeridade aos pobres, aos trabalhadores e aos governos dos países mais frágeis economicamente. Contudo, ao mesmo tempo aprovam pacotes de ajuda e injeções de recursos no sistema financeiro, que beneficiam justamente aos setores responsáveis pelas ideias especulativas que provocaram a crise que estamos vivendo". "O seja, castigam as vítimas da crise e distribuem prêmios aos que são responsáveis por ela. Isso é um grande erro", disse Lula durante um seminário sobre cooperação entre Brasil e África promovido por quem? Pelo BNDES. Palestra paga por quem? Pela Odebrecht.
Mas como hoje se sabe, as contradições históricas de Lula e de seu partido surpreenderam até mesmo os militantes mais moderados.
Assim como o PT tem feito ultimamente, o FMI também se posicionou a
favor da volta da CPMF como forma de combater a crise econômica que se instalou
no Brasil. Os pitacos do fundo na política econômica do governo estão se tornando cada vez mais frequentes.
Esta semana, o diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI),
Otaviano Canuto se pronunciou sobre a necessidade da volta do tributo: “É
preciso aceitar o aumento da carga tributária ou vamos ver a deterioração
fiscal. Não me parece ter uma alternativa menos ruim do que a CPMF. Precisamos
ter clareza das medidas e dos resultados para a sociedade aceitar isso. Hoje,
falta essa clareza por conta da crise política”, afirmou Canuto.
Para o diretor do fundo, a falta de clareza sobre os rumos
políticos do país faz com que a recessão se agrave. “Sou um otimista. Quero
crer que em dois ou três meses nós teremos clareza se vai ou não acontecer o
processo de impeachment. Definindo isso, os apoios vão se aglutinando e a
economia pode entrar nos eixos”, observou.
Canuto evitou expor sua
preferência quanto ao futuro de Dilma, mas caso exista alguma dúvida, basta
lembrar que o economista foi cotado para assumir o lugar de Guido Mantega no
ministério da Fazenda em 2013. Um ex-ministro do governo Lula defendeu o nome
de Canuto, que já havia trabalhado na Fazenda com Antônio Palocci em 2003.
@muylaerte