A revista “Nature”, uma das publicações científicas mais renomadas do mundo, abordou esta semana os efeitos da corrupção e da crise eco...
A revista “Nature”, uma das publicações científicas mais renomadas
do mundo, abordou esta semana os efeitos da corrupção e da crise econômica
brasileira na produção científica do país.
Com o sugestivo título “Brazilian Science paralysed by economic
slump” (a ciência brasileira paralisada pela crise econômica), o artigo traz
entrevistas com pesquisadores e coordenadores de laboratórios e instituições em
várias cidades do Brasil.
Os especialistas relataram dificuldades para lançar
novos projetos, cortes de verbas nos projetos existentes e até problemas para
pagar despesas básicas como contas de luz e limpeza. “No último ano, cortes
federais e estaduais nas verbas científicas paralisaram as pesquisas”, alertam
os pesquisadores.
A revista destaca que o orçamento para 2016, apresentado pela
presidente Dilma Rousseff ao Congresso, piora a situação com o corte de 24% da
verba para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em relação a
2015 e congela as bolsas do programa de intercâmbio internacional Ciência sem
Fronteiras.
Curiosamente, o mês de outubro é marcado pela indicação dos ganhadores do Prêmio
Nobel em várias categorias. Os ganhadores deste ano são de países como Turquia, Suécia, Tunísia, Canadá, Irlanda, Bielorrússia, Japão, EUA e Inglaterra. Em face da realidade da educação no país, há tempos
os brasileiros deixaram de alimentar a expectativa de ter um compatriota entre
os laureados.
Enquanto a fé do povo permanece quase inabalável quanto ao
desempenho dos jogadores de futebol, no campo das ciências, o ceticismo é
geral. Com tantos jovens fora da escola, até que seria reconfortante imaginar
que a maioria deles se dedica à prática do esporte nacional.
Infelizmente, milhões de jovens estão abraçando carreiras menos
nobres. Como nunca na história do país, estão engrossando as fileiras do
tráfico de drogas e aumentando as estatísticas de homicídios, estupros e
assaltos. Cerca de 15 milhões de jovens entre 14 e 25 anos não estudam nem
trabalham. Boa parte deles, por pura ausência de oportunidades.
O maior problema é que o Brasil ainda não quitou as faturas da negligência com a educação acumuladas ao longo dos últimos treze anos de governos do PT, período em que a evasão escolar avançou 17% em todo o país. O futuro promete ser ainda mais violento e o país ainda mais distante de um prêmio Nobel,
@muylaerte