Muitos ainda não se deram conta, mas o pacote de novas medidas anunciada pelos ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa para tentar reve...
Muitos ainda não se deram conta, mas o pacote de novas medidas
anunciada pelos ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa para tentar reverter o
rombo das finanças pode ter sido apenas mais um teatro do governo. O objetivo
da encenação seria adiar o rebaixamento do grau de investimento do país pelas
outras duas agências de classificação de risco, a Moody's e a Fitch.
O governo cometeu um
erro grave quando, pela primeira vez, entregou ao Congresso Nacional um projeto
de Orçamento prevendo gastos maiores que as receitas (déficit). A estimativa
para 2016 era de déficit de R$ 30,5 bilhões. Esta iniciativa teve como
consequência imediata o rebaixamento do grau de investimento do país
pela Standard & Poor's.
Caso as outras duas
principais agências, a Moody's e a Fitch, sigam a orientação da Standard &
Poor's, a fuga de capital seria inevitável. Fundos de pensão e de investimento
só podem deter ativos em países com grau de investimento de pelo menos duas
agências.
Caso ocorra o
rebaixamentos pelas agências Moody's e Fitch, os fundos de pensão e de
investimento internacionais irão descarregar títulos do governo brasileiro em
um ritmo mais acelerado. Estes fundos são orientados a fugir de países onde
duas das três grandes agências declararam o grau especulativo, como já fez a
Standard & Poor's, que colocou o Brasil ao lado dos turcos, que são
classificados como Junk, ou‘lixo’, após o anúncio do orçamento deficitário
feito pelo governo.
O teatro encenado
por Joaquim Levy e Nelson Barbosa é uma tentativa desesperada do governo de
adiar ou impedir novos rebaixamentos.A Moody's já caiu no
conto do vigário e emitiu nota onde informa confiar nas medidas do governo. No
entanto, a estrela do anúncio seria a cobrança da Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira (CPMF), que, pelas projeções, permitiria aumentar a
arrecadação em R$ 32 bilhões. O problema é que até as calçadas de Brasília sabem
que o Congresso dificilmente irá aprovar a volta da CPMF.
Outras medidas que
dependem de aprovação do Congresso ou de novas negociações, como o adiamento do
reajuste dos funcionários públicos também fazem parte do embuste. O governo goza
de reputação zero entre a população e dificilmente os parlamentares irão
concordar em aprovar mais sacrifícios à população.
O presidente da Câmara dos deputado, Eduardo Cunha, já adiantou o tom da casa sobre a volta da CPMF:
— Eu acho que 0,2% ou 0,38% é só o tamanho da derrota. Não acredito que passe nem com 0,2%, nem com 0,38% — disse Cunha.
Das 16 medidas anunciadas pelo governo, só uma pode entrar em vigor imediatamente. Todas as outras dependem da aprovação do Congresso. O problema é que se trata de um governo de trapaceiros, Embora a iniciativa tenha por objetivo ludibriar as agências de risco, nada impede que o governo tente de fato levar adiante as propostas.
O presidente da Câmara dos deputado, Eduardo Cunha, já adiantou o tom da casa sobre a volta da CPMF:
— Eu acho que 0,2% ou 0,38% é só o tamanho da derrota. Não acredito que passe nem com 0,2%, nem com 0,38% — disse Cunha.
Das 16 medidas anunciadas pelo governo, só uma pode entrar em vigor imediatamente. Todas as outras dependem da aprovação do Congresso. O problema é que se trata de um governo de trapaceiros, Embora a iniciativa tenha por objetivo ludibriar as agências de risco, nada impede que o governo tente de fato levar adiante as propostas.
@muylaerte