A manobra do Ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, que decidiu fatiar o julgamento da Lava Jato, pode significar o fi...
A manobra do Ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, que
decidiu fatiar o julgamento da Lava Jato, pode significar o fim da Operação. O alerta foi dado pelo procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima.
O ministro Teori Zavascki é o responsável pelos inquéritos do caso
no STF. Ele alega que as suspeitas contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR)
por desvios no Ministério do Planejamento não têm conexão com o resto da
"Lava Jato", que trata de corrupção na Petrobras. Por isso, ele
decidiu que o caso de Gleisi pode ser julgado por outro ministro, e o processo
foi redistribuído para Dias Toffoli.
O procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima,
manifestou preocupação de que decisão recente do STF de dividir parte da
investigação ameace o futuro da operação. "Pode significar o fim da
"Lava Jato" tal qual a conhecemos", alertou Lima.
O procurador teme que a partir deste ponto, a investigação sobre
essa etapa (e inclusive várias outras, que não tratem da Petrobras) seja
remetida para outra vara federal, até mesmo fora do Paraná, e deixe de ser
conduzida pela força-tarefa da operação.
"O que queremos mostrar é que não estamos investigando a
Petrobras. Estamos desvelando a compra de apoio político-partidário pelo
governo federal, por meio de propina institucionalizada nos órgãos
públicos", disse.
"Não estamos investigando a Petrobras. Nós nem começamos a
investigação por ela. Estamos desvelando a compra de apoio político-partidário
pelo governo federal, por meio de propina institucionalizada nos órgãos
públicos. Se não reconhecerem isso, vai ser um problema", observou o
procurador.
"Mensalão, petróleo e desvios na Eletronuclear são todos eles conexos, porque
dentro deles está a mesma organização criminosa. No ápice dessa organização,
estão pessoas ligadas a partidos e, não tenho dúvida, à Casa Civil do governo
Lula", lembrou Lima.
A suspeita dos investigadores é que a decisão do STF tenha
tido influência política, leia-se governo, com o objetivo de refrear a operação.
A Procuradoria-Geral da República recorreu da decisão de Teori, mas
não conseguiu revertê-la até agora. O presidente do STF, Ricardo Lewandowski,
negou um primeiro recurso, semana passada.
A intenção da Procuradoria é que o caso da senadora Gleisi
permaneça como parte integrante da "Lava Jato".
@muylaerte