O dono da empreiteira UTC, o empreiteiro Ricardo Pessoa, confessou nessa terça-feira (15) que pagava propinas para conseguir contratos ...
O dono da empreiteira UTC, o empreiteiro Ricardo Pessoa, confessou nessa terça-feira (15) que pagava propinas para conseguir contratos com a Petrobras. Em sua delação, Pessoa confirmou ter se encontrado sete vezes com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ter entregue R$ 2,4 milhões em dinheiro vivo para a campanha do petista em 2006.
Ricardo Pessoa disse aos procuradores do Ministério Público que levava pessoalmente os pacotes de dinheiro para o comitê da campanha do ex-presidente Lula.
O dono da empreiteira UTC é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro e apontado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal como o presidente do 'clube vip' das empreiteiras que se apossaram de contratos bilionários da Petrobrás entre 2004 e 2014.
O empreiteiro foi preso em novembro de 2014, na Operação Juízo Final, etapa da Lava Jato que derrubou o braço empresarial do esquema de propinas na estatal.
Delação
O acordo de colaboração de Ricardo Pessoa com a Procuradoria-Geral foi selado seis meses após sua prisão. Ele apontou pelo menos 18 políticos com foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal (STF) que teriam recebido propinas.
Os implicados pelo delator recebiam doações legais e também repasses ilegais "para abrir portas" no Congresso. Entre os recebedores de propina citados por Pessoa está a campanha de Dilma Rousseff em 2014: R$ 7,5 milhões e a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 2006: R$ 2,5 milhões.
Em depoimento nesta terça, Ricardo Pessoa confirmou ao juiz Sergio Moro que ele pagava propina desviada de contratos da Petrobras diretamente na conta do Partido dos Trabalhadores. Os depósitos de dinheiro sujo foram encomendados pelo ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e repassados ao então tesoureiro da legenda João Vaccari Neto.
As revelações de Ricardo Pessoa ao juiz Moro foram dadas na ação penal em que são réus executivos da construtora Odebrecht, entre os quais o presidente do grupo, Marcelo Odebrecht.
@muylaerte