O racha no PT não é um problema novo. Lula e a cúpula do PT ficaram praticamente um ano tentando convencer Dilma a abrir mão de sua can...
O racha no PT não é um problema novo. Lula e a cúpula do PT ficaram
praticamente um ano tentando convencer Dilma a abrir mão de sua candidatura a
reeleição em favor do ex-presidente. Dilma foi assediada inclusive por gente de
fora do partido, mas se negou a ceder aos apelos.
A campanha interna pela volta de Lula começou em meados de 2013 e se
estendeu até meados de 2014, quando Dilma bateu o pé a disse que não. Afirmou que seguiria o combinado, lembrando que o próprio Lula vinha declarando publicamente
desde 2011 que a apoiaria numa eventual reeleição. O ex-presidente e vários
integrantes da cúpula do partido ficaram extremamente desapontados com a
postura de Dilma, mas não havia como externar os problemas internos durante o
período eleitoral.
Apenas após as eleições, já no mês de novembro de 2014, Lula e outras
lideranças se sentiram mais a vontade para expor as desavenças internas e o
desapontamento prematuro com o segundo mandato de Dilma que nem havia começado. A presidente culpava Lula por tê-la influenciado negativamente durante
seu primeiro mandato e lhe atribuía responsabilidades por uma série de
equívocos.
Convencida de sua "superioridade técnica", Dilma chegou a romper com Lula naquele período e sinalizou
claramente que iria governar do seu jeito, longe da influência do ex-presidente.
Pela primeira vez em 12 anos, Lula estava fora do governo e não conseguiu
emplacar sequer um ministro.
O descompasso prosseguiu com a montagem dos ministérios. Além de Aloizio
Mercadante e Gleisi Hoffmann, que estavam entre os poucos petistas que apoiaram
o direito de Dilma a reeleição, os nomes de Kátia Abreu e Joaquim Levy
contrariava todos no partido. A postura desafiadora de Dilma acentuou ainda
mais o descontentamento no partido.
O estranhamento prosseguiu entre criador e criatura. A reaproximação
entre Lula e Dilma não deu em virtude de um consenso, mas por força das
circunstâncias. Se por um lado, as manifestações contra o governo e o risco do
impeachment fragilizaram a presidente recém eleita, por outro, as investigações
da Operação Lava Jato passaram a representar uma grande ameaça a Lula.
Apesar de reconhecer que a presidente só fez besteiras desde que assumiu seu segundo mandato, Lula tem que continuar defendendo a presidente para salvar a própria pele. O PT também tem que continuar defendendo Dilma, apesar de serem contra todas as medidas de seu governo.
Dilma não teve capacidade de contornar a crise econômica que causou ao país, não conseguiu estabelecer uma maioria no congresso e não conseguiu se desvencilhar da marca da corrupção partidária, Estes aspectos causaram que queda recorde em sua popularidade e arrastram Lula e o PT para o fundo do poço da política nacional.
Por fim, a sequência devastadora de erros e ilícitos sentenciou a morte política do PT e de seus integrantes. Estão todos condenados por seus excessos, como a sede de poder, a ganância, a corrupção e a incompetência.
@muylaerte