O agravamento da crise na economia começa a ampliar os danos para um número cada dia maior de pessoas e empresas. A expectativa geral no...
O agravamento da crise na economia
começa a ampliar os danos para um número cada dia maior de pessoas e empresas.
A expectativa geral no país é a de que apenas uma mudança radical no governo
será capaz de conter o avanço da crise.
Os pedidos de falência cresceram 22,7%
em julho Na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo pesquisa da
Serasa Experian. Dos pedidos de falência feitos este ano, 51,4% foram de micro
e pequenas empresas, 22,2% de companhias de médio porte e 26,4% de grandes
empresas.
De acordo com os economistas da Serasa,
a solvência das organizações tem sido impactada negativamente com os aumentos
nas despesas financeiras, geradas, principalmente, pelas elevações das taxas de
juros. Além disso, com a recente alta do câmbio, muitas empresas com dívida em
dólar estão enfrentando dificuldades. "O atual quadro recessivo da
atividade econômica dificulta também a geração de caixa das empresas, agravando
sua situação financeira", dizem os analistas.
O número de falências decretadas subiu
33,3% na comparação com julho do ano passado. No acumulado do ano, a alta é de
24,6%.
Recuperação judicial
Em relação aos pedidos de recuperação
judicial houve alta mensal de 28,6%, um recorde para os meses de julho. Na
comparação com julho do ano passado, o crescimento foi de 117,7%. No acumulado
do ano, houve elevação de 21,5%, o maior nível desde 2006.
No cômputo das recuperações judiciais
deferidas, julho teve alta de 24,4% ante junho. Em relação a julho do ano
passado, a elevação foi de 86,7%. No acumulado do ano, as recuperações
deferidas somam aumento de 34,5% em relação aos sete primeiros meses de 2014.
Desindustrialização
A redução da participação da indústria
de transformação no PIB também é assustadora e a maior em três décadas, com
queda recorde de 33% para apenas 16%
Outro dado que revela esse processo inequívoco de desindustrialização é
a relação de manufaturados nas exportações totais, que chegou a atingir 59%,
mas atualmente está na casa dos 40%.
A Confederação Nacional da Indústria
(CNI), em conjunto com as federações estaduais e associações setoriais da
indústria, divulgaram carta aberta propondo diálogo com a sociedade para a
construção de uma agenda comum voltada ao fortalecimento da economia e
modernização política e institucional do Brasil. "Não podemos assistir
passivos à deterioração do País. O atual ambiente precisa ser
transformado", alerta a carta
Operando no vermelho.
Após registraram quedas sucessivas no
faturamento, cerca de 42% das empresas no país apontam para o risco de operarem
no vermelho no segundo semestre. Para evitar o risco de falência ou pedidos de
recuperação judicial, várias empresas estão reduzindo o quadro de funcionários
e fechando filiais pouco rentáveis por todo o país. Estados e municípios também
começam a enfrentar sérias dificuldades.
Além dos cortes de pessoal promovidos
por governos estaduais e prefeituras em todo o país, Outros gigantes na geração de empregos vão
pelo mesmo caminho, como a Volvo, Mercedes, GM, Volkswagen, TAM, Bradesco,
Brastemp, Catepillar, Natura e até mesmo hospitais e escolas.
Demissões em 2015
Ao somar as estimativas de várias
entidades ligadas ao comércio, indústria e prestadores de serviços, o número de
demissões confirmadas até o mês de julho já é superior a 1 milhão de
trabalhadores. O impacto destas demissões na economia pode alavancar o corte de
mais outro milhão de postos de trabalho até o mês de dezembro.
@muylaerte