O debate de ideias deve ser visto como algo saudável na sociedade. As ideologias defendidas por muitos, por mais obsoletas e contradi...
O debate de ideias deve ser visto como algo saudável na sociedade. As ideologias defendidas por muitos, por mais obsoletas e contraditórias, fazem parte de um processo de amadurecimento intelectual do indivíduo e devem ser respeitadas. Em qualquer lugar do mundo existem grupos de pessoas sujeitas à severos processos de formação doutrinária, sejam culturais, religiosos ou políticos.
Por força das circunstâncias, o indivíduo é oprimido por ideias "libertadoras" que acabam por aprisioná-lo ainda mais, isolando-o do mundo racional. Sob vários aspectos, são pessoas indefesas e vulneráveis que sofrem as consequências da substituição do direito à educação por métodos mais eficientes e baratos de cooptação. Excetuando-se seus líderes, a maioria destes grupos merece a compreensão e o respeito do mundo civilizado.
Este não é o caso dos militantes e simpatizantes do PT, tampouco de seus líderes. Apenas pessoas estúpidas ainda enxergam algum sentido no lulopetismo. Por mais que as pessoas se tornem cada vez mais imunes ao veneno da mosca vermelha, mentes débeis e fragilizadas pela ausência de anticorpos (ou neurônios) ainda servem de hospedeiras de ilusões mal engendradas.
Mesmo pessoas aparentemente razoáveis ainda não adquiriram imunidade contra o oportunismo ideológico do PT. Elas até conseguem detectar as contradições filosóficas do partido, mas permanecem em um estágio letárgico perante as próprias constatações.
O teólogo Carlos Alberto Libânio Christo, conhecido como frei Betto é um destes. Betto consegue identificar claramente os "equívocos" do partido, "como o de garantir primeiro os bens pessoais, como carro, celular, a chamada linha branca, e esqueceram-se dos bens sociais. No início do século XX, a Europa fez o contrário. Primeiro garantiu bens sociais, como transporte, saúde, educação, moradia, segurança, e então as pessoas chegaram, já qualificadas, aos bens pessoais. O Brasil fez o inverso e agora veio a conta. Não havia sustentabilidade econômica para garantir esse consumismo estimulado pelo PT"
Hoje, milhões de brasileiros que foram "promovidos" para a classe média pelos governos do PT por terem conseguido comprar um aparelho de DVD continuam morando em favelas, comunidades carentes e bairros precários da periferia. Continuam sem acesso à educação, transporte, segurança, saúde, internet, saneamento básico e outros requisitos fundamentais à cidadania. A única coisa que lhes restou foram alguns aparelhos obsoletos como um DVD quebrado e um carnê repleto de parcelas atrasadas das Casas Bahia.
Frei Betto ainda é capaz de chegar à conclusões "brilhantes" quando assume que "O Brasil é uma nau sem rumo hoje. Infelizmente, o PT continua em uma postura equivocada, uma postura acuada, sem fazer uma autocrítica e sem dar uma resposta às denúncias que fizeram ao partido.Para piorar, a presidenta Dilma Rousseff acaba de terceirizar o governo ao transferir a gestão pública para as mãos do Michel Temer, do Eduardo Cunha e do Renan Calheiros".
Embora frei Betto não seja um exemplo de honestidade intelectual ao deslizar sobre denúncias que fizeram ao partido, o fato é que ficou comprovado que o PT se beneficiou de todos os sucessivos esquemas de corrupção desde a posse de Lula em 2003 e que colocaram a Petrobras e o país de joelhos. Alguém precisa avisar ao frei Betto que as únicas resposta às denúncias que o partido pode dar devem ser encaminhadas à justiça. Mais precisamente ao juiz federal Sérgio Moro, que descobriu os esquemas de desvios na Petrobras organizados pelo herói do PT, José Dirceu.
Em um radiante espasmo de lucidez, frei Betto reconhece que o governo busca o diálogo com os movimentos sociais somente quando a coisa fica preta, quase fora de controle. Em uma análise surpreendente, Betto reconhece que os governos do PT nesses 12 anos asseguraram a governabilidade com duas pernas: o mercado e o Congresso. Admite que ficou constrangido quando o governo se calou diante do projeto de terceirização do trabalho e pior ainda, quando aprovou a legalização da redução de salários dos trabalhadores.
Finalmente, nosso estoico defensor do "socialismo ao contrário" admite que o ajuste fiscal só penaliza os pobres, sem tirar nada dos banqueiros, das empreiteiras e dos ricos, como tributos sobre grandes fortunas, sobre royalties, sobre transferências internacionais. Enquanto concede benefícios fiscais à grandes empresas, o governo sacrifica os empreendedores com sua fúria arrecadatória, sem se importar com milhares de falências de pequenos negócios todos os meses. Através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o dinheiro do povo é distribuído à grandes empresas como a Friboi, Oi e OGX de Eike Batista, enquanto o pequeno empresário é esfolado vivo pelo Bradesco e Itaú. E viva a patifaria ideológica!
@muylaerte