Nem Lula se arriscou a participar do fiasco das últimas manifestações convocadas pelo PT em apoio ao governo Dilma. Sem o respaldo pop...
Nem Lula se arriscou a participar do fiasco das últimas manifestações convocadas pelo PT em apoio ao governo Dilma.
Sem o respaldo popular, as últimas sacramentaram a morte de um projeto de poder corrupto e repudiado pala maioria da população do país. Constrangidos diante de uma nação indignada, militantes profissionais remunerados do PT e de outros movimentos sociais impuseram mais uma vergonha ao governo e comprovaram o total esvaziamento dos discursos da esquerda no país.
As contradições dos organizadores eram muitas, exceto e, relação à um aspecto: ninguém queria assumir que o objetivo as manifestações era apoiar ao governo Dilma ou ao PT. Mesmo pagando, foi difícil conseguir convencer os poucos que compareceram.
Embaraçado e com dificuldade em atrair participantes, o líder do MST, Guilherme Boulos justificou que "não foram às ruas em qualquer defesa do governo Dilma Rousseff".
"Ninguém tem disposição de ir para a rua para defender um governo com essa política", afirmou. "A pauta do governo Dilma é ajuste fiscal, corte de direitos, de investimentos sociais. Essa pauta é indefensável por qualquer movimento social que se preze.", reconheceu, diante do fracasso das manifestações.
O presidente do PSOL, Luiz Araújo foi outro que convocou os manifestantes com o apelo com duras críticas ao governo, também apareceu com outra desculpa para o fracasso nas ruas: "Se o PT não colocasse a colher, teria muito mais gente na rua"
MTST, UNE e CUT também não tiveram coragem em fazer uma menção direta à defesa ao mandato de Dilma. Elencaram três principais palavras de ordem: contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha; contra o ajuste fiscal; e, por fim, "contra a ofensiva conservadora", defendendo o “aprofundamento da democracia”.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) foi mais um representante da esquerda que justificou a "ausência" nas manifestações, alegando não ver chances de a militância do partido sair em defesa da petista, a não ser "a parte da cúpula que tem cargo no governo, tem ministério".
"Não tenho como defender", resume. "Ela se elegeu fazendo promessas diferentes do que está acontecendo agora. E cometeu erros gravíssimos", confessou Cristovam Buarque, referindo-se às mentiras de Dilma.
O PSTU, outro partido de extrema-esquerda criado por dissidentes petistas, esclareceu por que não foram às ruas em defesa do mandato da presidente:
Segundo Zé Maria, presidente da sigla, a massa "está sentada em casa" assistindo a toda a movimentação e não se sente representada pelo PT – daí o fato de, em sua opinião, o protesto desta quinta ter "apenas a burocracia sindical e movimentos sociais controlados financeiramente pelo governo".
Para completar o fiasco, nem mesmo o PT teve coragem de convocar a militância usando abertamente a justificativa de defesa do governo Dilma. O convite criado pelo partido foi bastante sucinto, para não dizer mascarado: "Movimentos sociais contra o golpe e pela democracia".
A crônica de um fracasso.
Diferentemente dos trabalhadores, os militantes do PT, conhecidos nacionalmente como "militontos", não possuem nenhuma ocupação e estão sempre disponíveis para os atos convocados pelo partido. Mas mesmo para esta turma, as coisas não estão mais fáceis como há algum tempo.
Os poucos que compareceram às ruas à troco de uma diária, não foram corajosos o suficiente para defender o governo abertamente. A ausência de argumentos minimamente razoáveis se refletiu no ânimo dos militontos.
As justificativas defendidas nos atos eram as mais estapafúrdias, tais como "contra o ajuste fiscal", "contra a redução da jornada de trabalho e dos salários", "contra os cortes na educação", enfim. Tudo contra o governo que defendem.
Alguns mais "corajosos" ostentavam faixas em defesa da Petrobras, a empresa estatal que o governo colocou de joelhos, após tantos desvios em favor do PT e das campanhas milionárias do partido.
Tantas contradições podem ser entendidas como uma forma aliviar a consciência. Mas no fundo, os poucos que compareceram às ruas constataram que defender a esquerda hoje no país significa cúmplices de políticos corruptos, como Lula, Dilma, Dirceu e companhia.
@muylaerte