Esgotaram-se as tentativas do governo em postergar a verdade para ganhar mais tempo. Ontem, após conversa com a presidente Dilma Rousseff...
Esgotaram-se as tentativas do governo em postergar a verdade para ganhar mais tempo. Ontem, após conversa com a presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer se recusou a insistir na mensagem de "otimismo" recomendada pelo Planalto. Temer convocou a imprensa e rasgou o verbo ao admitir que também perdeu o controle da articulação política governo:
"É preciso que alguém possa, tenha a capacidade de reunificar a todos, de reunir a todos e fazer esse apelo, eu estou tomando esta liberdade de fazer esse pedido, porque caso contrário nós podemos entrar numa crise desagradável para o país", confessou Temer sem saber que o pior ainda estava por vir.
Horas mais tarde, com o anúncio do líderes de PDT e PTB na Câmara que confirmaram que as bancadas dos dois partidos se decidiram por abandonar a base aliada do governo e passarão a adotar uma posição de independência nas votações.
A situação do governo foi bem resumida pelo deputado Mendonça Filho, DEM-PE, que ainda não havia debitado da conta os 44 parlamentares PDT e PTB que optaram por abandonar a base aliada do governo:
“O governo tem uma base parlamentar de 400 deputados. Para você impedir, inviabilizar a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição, você precisa da ausência de 208 deputados ou votos ‘não’, ou abstenções nesse número de deputados. Então o governo que não consegue se contrapor à aprovação de uma proposta de emenda à Constituição, que na sua visão, não deveria ser aprovada, é um governo que não existe mais”, afirmou Mendonça Filho.
@muylaerte