A habilidade de julgar depende da capacidade de colher e interpretar informações fidedignas. Sob este ponto de vista, o ministro do Supre...
A habilidade de julgar depende da capacidade de colher e interpretar informações fidedignas. Sob este ponto de vista, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello possui uma perspectiva privilegiada em relação aos fatos recentes do País. Em entrevista concedida ao Estado de Minas, o ministro foi bastante claro quanto às suas impressões sobre a atual situação do país.
Da redemocratização para cá, o senhor vê um momento tão conturbado? Podemos comparar a época do governo Collor ao que vivemos agora?
Penso que o quadro é muito pior. Pela corrupção generalizada. Sempre tivemos, desde que o mundo é mundo, a corrupção. Mas não dessa forma, linear, que todos, pouco importando a estatura do cargo, querem ganhar. É algo incrível. Agora mesmo, eu estava ouvindo o jornal de 13h, dizendo que já conseguiram recuperar R$ 700 milhões e não houve “hasta pública” (leilões de bens) até aqui. É em pecúnia, em espécie! E parece que chegaremos já a R$ 1 bilhão. E o prejuízo dado à Petrobras seria de R$ 19 bilhões. Algo que não conseguimos nem pensar. Sabe o que é mais triste? Lá atrás, na eleição do presidente Lula, acreditamos que havia um partido. Um partido ético, voltado a corrigir as desigualdades sociais que nos envergonham. Mas, a decepção é incrível. De quantos anos vamos precisar para corrigir isso? Para recuperar valores? Não sei.
O que o senhor achou da declaração da presidente Dilma sobre comparar delator de agora com os dos tempos da ditadura?
Prefiro a ênfase que ela deu à mandioca. Sabe que eu gosto muito de uma mandioca? Tenho plantada em casa. E é maravilhosa, é muda da Embrapa. É uma mandioca muito boa. A Dilma nunca comeu mandioca aqui em casa.
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