Os políticos, os meios de comunicação e principalmente o governo estão fazendo de tudo para lançar uma cortina de fumaça sobre a poss...
Os políticos, os meios de comunicação e principalmente o governo estão fazendo de tudo para lançar uma cortina de fumaça sobre a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O debate, que tem despertado grande interesse na sociedade, tem girado em torno de argumentos técnicos, interpretações jurídicas e pareceres favoráveis ou contrários ao processo de impedimento deste governo.
O fato é que nada disso é necessário. Para o povo, não há a necessidade de esperar o julgamento do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as pedaladas fiscais ou mesmo aguardar a cassação ou não do mandato da presidente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que analisa se houve abuso de poder político e econômico ou captação de recursos de forma ilícita na campanha de 2014. O povo não depende de nenhuma destas decisões para derrubar a presidente. Diante da pressão popular, vira tudo conversa fiada.
Toda esta enrolação serve apenas para ajudar o governo a ganhar tempo. Nenhuma destas ameaças tiram o sono de Dilma, que possui outros métodos para contornar eventuais embaraços. O que realmente apavora o governo é o chão tremendo com o povo nas ruas. Isso sim, derruba qualquer governo, em qualquer lugar do mundo. Basta que a maioria do povo queira, e o resto o Congresso resolve de uma maneira ou de outra.
O impeachment é um ato político. Na prática, não há necessidade de um fator específico para fundamentá-lo. É fato que Dilma aplicou o maior estelionato eleitoral da história do país. Dilma contaminou e manipulou a vontade popular, pois mentiu, omitiu, prometeu e fez o contrário após eleita. Se o Congresso Nacional decidir avançar para um processo de impeachment, bastará apontar qualquer erro ou desobediência do governo, qualquer coisa boba que sirva apenas para fundamentar o processo.
Mas para que isso ocorra, o Congresso terá que contar com um bom motivo para abrir mão das oportunidades que surgem diante de um governo enfraquecido e desmoralizado. E a única coisa capaz de dar este empurrãozinho é o povo nas ruas. Foi assim com Collor.
Enquanto nada acontece, os políticos exploram o tema com o simples objetivo de se posicionar perante seus eleitores, ganhar algum destaque na imprensa e até mesmo para tirar proveito da queda recorde na popularidade da presidente. Outros mantém a pauta do impeachment apenas para pressionar o governo e obter vantagens como indicação de cargos, aprovação de projetos de interesse específico ou a liberação de verbas e alívio de dívidas, como ocorreu recentemente na reunião com os governadores.
A estratégia da reaproximação com os governadores foi apenas uma forma de dissipar um pouco a crise e garantir fôlego político à presidente Dilma Rousseff, que ofereceu uma série de acordos vantajosos para os que compareceram para manifestar "apoio". O fato é que Dilma não possui mais capacidade ou credibilidade para governar o país e irá fazer de tudo para permanecer no poder. Os políticos oportunistas irão tirar o máximo de proveito da situação, enquanto o Brasil afunda a cada dia um pouco mais.
Com isso, a população continua a ser ludibriada por este jogo de empurra, enquanto ignora que o impeachment é um ato político que acontece apenas quando o povo quer.
@muylaerte