Além dos depósitos da Odebrecht na conta Paulo Roberto Costa, a força-tarefa da Operação Lava Jato identificou 135 telefonemas entre o...
Além dos depósitos da Odebrecht na conta Paulo Roberto Costa, a força-tarefa da Operação Lava Jato identificou 135 telefonemas entre o operador de propinas Bernardo Freiburghaus e o diretor da empreiteira, Rogério Araújo.
Os depósitos milionários foram realizados em contas offshores na Suíça controladas pelo então diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
AS informações constam em documento entregue pela Procuradoria da República à Justiça para reforçar a "necessidade da manutenção da prisão" de Marcelo Odebrecht e de outros três executivos, inclusive Araújo.
Para os procuradores, Marcelo Odebrecht tinha não apenas conhecimento, mas gerenciava as operações . "Embora as ligações telefônicas identificadas demonstrem que Araújo era o interlocutor com o operador da Odebrecht, tal conduta é também imputável a Marcelo Odebrecht. Não temos dúvidas de que este, na condição de presidente da Odebrecht, tinha conhecimento e concordância dos sofisticados meios de lavagem de dinheiro utilizados pela empresa no repasse de propinas para dirigentes da Petrobras."
No entender dos procuradores, a "alternativa" que justificaria o contrário das deduções seria crer que o diretor da Odebrecht, Rogério Araújo "tenha pago, de seu bolso, mais de US$ 23 milhões para Paulo Roberto".
"É certo que os pagamentos, que beneficiavam a empresa, saíam dos cofres desta. Não é crível que pagamentos dessa dimensão não tivessem a concordância de seu principal gestor, Marcelo Odebrecht. Não é crível ainda que os pagamentos, na quantidade e volume em que se deram, ocorressem sem o conhecimento e concordância de Marcelo Odebrecht. Tanto é assim que, mesmo depois de revelados os fatos, não houve qualquer censura, apuração ou punição em relação ao comportamento de Araújo. Pelo contrário, a empresa, instruída por seu presidente, insiste em negar os fatos." Afirmam os procuradores.
@muylaerte