Cada nação possui desafios diferentes. O fato de muitos países terem encontrado soluções diferentes para os mesmos problemas indica que n...
Cada nação possui desafios diferentes. O fato de muitos países terem encontrado soluções diferentes para os mesmos problemas indica que não existe uma fórmula exata para vencer os tais desafios.
Pesam aspectos como a cultura da colonização, condições geográficas, riquezas naturais, dimensões, tamanho da população, grau de instrução, industrialização, etc.
Uma maneira prática para abordar estas questões seria tratar cada nação como uma civilização isolada. Desta forma, ao assumir que a civilização "A" está mais desenvolvida que a civilização "B", basta investigar em que ponto de sua trajetória a civilização "A" possuía os mesmos indicadores que a civilização"B" ostenta hoje.
Desta forma, torna-se possível perceber com mais clareza que não é possível realizar a transição de um país de uma condição à outra num simples passe de mágica. São necessários planos e anos.
Todo país em desenvolvimento possui suas "ilhas" de prosperidade e os rincões de pobreza. Aqueles que trafegam entre uma realidade e outra conseguem testemunhar os abismos que separam o país. A conclusão à que muitos chegam é a urgência do combate à questão da desigualdade social, um dos maiores desafios para os países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.
A solução para este problema é bastante controversa. Cabe ao Estado optar por políticas capazes de diminuir o intervalo de tempo necessário para que o cidadão tenha possibilidade de superar seus desafios.
A armadilha dos programas sociais.
Isoladamente, o assistencialismo é apontado por muitos estudiosos como um mero paliativo, uma vez que a maioria destes projetos não contemplem investimentos em infraestrutura para atrair a industria, educação ou incentivos ao empreendedorismo.
Sob este aspecto, os programas sociais acabam sendo a forma mais perversa de aprisionar o cidadão à sua condição de vulnerabilidade. É como se uma pessoa estivesse atolada na lama até o peito, com fome e sede, sem capacidade de sair dali com suas próprias forças. Uma "alma boa" percebe o seu sofrimento e decide ajudá-la: passa a levar comida e água todos os dias, tornando-a sua dependente, ao invés de removê-la definitivamente do atoleiro.
A necessidade é o combustível.
Em virtude da seca, muitos nordestinos migraram para o sul do país, prosperaram e vivem hoje com dignidade. Muitos voltaram para seus locais de origem e abriram seus próprios negócios. O ser humano é movido por desafios.
Uma boa opção aos programas sociais seria criar programas regionais em locais de maior incidência de famílias carentes. Ao invés de investir no indivíduo isoladamente, os investimentos seriam feitos na comunidade, como a criação de fazendas ou empresas comunitárias. Ao invés de beneficiários de programas sociais, os chefes de família seriam inseridos em atividades produtivas, tornando os mercados ainda mais competitivos e gerando receitas.
Neste cenário, escolas podem ser concebidas levando em conta a vocação regional, preparando os jovens para ingressarem nas empresas ou fazendas comunitárias. Os excedentes geradas pela atividade produtiva serviriam para financiar outros projetos na comunidade, expandindo e diversificando a experiência.
Este é apenas um exemplo entre tantos outros que podem diminuir a dependência dos programas sociais de milhares de famílias. É um aceno à prosperidade e o desenvolvimento econômico de comodidades carentes, seus indivíduos e do país como um todo. A trajetória de uma civilização deve ser traçada tendo em vista o bem comum.
@muylaerte