O TCU, órgão responsável por fiscalizar os gastos do governo, identificou 13 irregularidades que impediram a aprovação das contas de...
O TCU, órgão responsável por fiscalizar os gastos do governo, identificou 13 irregularidades que impediram a aprovação das contas de 2014. Dilma agora tem 30 dias para explicar pessoalmente a série de irregularidades encontradas.
O TCU quer saber por que o governo gastou mais do que arrecadou, autorizou novas despesas em vez de cortar quando estava no vermelho e, mesmo alterando a meta de superávit, terminou o ano de 2014 com saldo deficitário.
Em sua análise, o tribunal encontrou R$ 37,5 bilhões de pedaladas fiscais — atraso no repasse para bancos públicos —, além de R$ 281 bilhões em distorções totais.
Pela primeira vez, um chefe do Estado brasileiro terá que apresentar uma defesa individual ao Tribunal. O prazo e a oportunidade de ampla defesa, porém, não são boas notícias para o Planalto.
Pelo menos dois itens apontados como irregulares pelo TCU, no escopo das manobras financeiras conhecidas como “pedaladas”, são de atribuição exclusiva da presidente. Se as explicações de Dilma não convencerem, a rejeição das contas pode dar à oposição um sólido argumento para pedir o impeachment da presidente, sob a alegação de que ela cometeu crime de responsabilidade.
O especialista em administração pública da UnB, José Matias-Pereira acredita que a decisão do TCU foi equivocada. "A arena desse caso é puramente técnica, então, não havia a necessidade do pedido, o tribunal deveria julgar o parecer e deixar o Congresso examinar as contas. Houve uma transferência da área técnica para o cenário político", afirmou.
Para Matias-Pereira, esse movimento expõe claramente o nível de desgaste e fragilidade no qual a presidente se encontra. "Ela está sendo chamada para se explicar, e isso é algo extremamente humilhante para um chefe de Estado", opina.
O que começa errado, termina errado. Muitos defensores do governo tem conscientemente ignorado um dos aspectos mais graves da conduta da presidente Dilma Roussef durante seu primeiro mandato: a presidente mentiu ao povo. Entre os que ignoram este fato estão artistas como Jô Soares, Camila Pitanga, Chico Buarque e outros simpatizantes do partido.
O erro de Dilma foi julgar toda a nação com base em sua reserva moral, em seus valores e nos valores de seus companheiros. Imaginou que uma mentira aqui, uma pedalada ali passaria despercebido.
Pessoas mais humildes e de menor grau de instrução tendem a acreditar que, para um político, mentir é algo normal. Militantes e simpatizantes inescrupulosos também apreciam jogadas sorrateiras e atribuem tais gestos como fruto da ""habilidade" política. Ser evasivo é um talento para eles.
O problema são as pessoas que tentam conduzir suas vidas pautadas pela ética e pela honestidade. Ainda que estas pessoas tenham cometido algum deslize no passado, o desejo de se tornarem éticos significa que querem acreditar que isto é possível. Outras tantas pessoas simplesmente não conseguem pensar o mundo de forma injusta ou ao menos serem permissivas com a falta de ética e honestidade. Para estas pessoas, não há perdão para as mentiras de Dilma.
@muylaerte