Embora tenha sido explícito ao contestar a atuação do Juiz Sérgio Moto à frente da Operação Lava Jato, o ex-ministro da Justiça no go...
Embora tenha sido explícito ao contestar a atuação do Juiz Sérgio Moto à frente da Operação Lava Jato, o ex-ministro da Justiça no governo Lula, Tarso Genro deixou uma série de impressões implícitas durante palestra na sede do Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro.
O ex-governador do Rio Grande do Sul criticou nesta quarta-feira, 22, o juiz Sérgio Moro ao afirmar que "está havendo um regime de exceção não declarado na luta contra a corrupção no País".
Temeroso quanto ao futuro sombrio do PT, Genro disse acreditar que o país caminha para uma inflexão autoritária e afirmou que esse processo está sendo "instrumentalizado politicamente" pelo que chamou de "setores do Poder Judiciário vinculados a setores do Ministério Público e da alta burocracia estatal" para derrotar "o que resta da utopia democrática da esquerda".
Genro prosseguiu em seus delírios ao afirmar que "A questão democrática está sendo dilapidada. Estamos vivendo, a partir de uma grande articulação,um processo de exceção não declarado".
O ex-ministro apela para o mesmo discurso de Lula. Para Gerno, a culpa é da Elite brasileira, no caso, a população indignada com a corrupção no país. Para ele, a chamada "instrumentalização da exceção dentro da ordem democrática que é feita hoje pela elite brasileira formou um grande partido político". Gerno também criticou o "sistema de comunicação tradicional" e citou nominalmente o juiz Sérgio Moro.
"O juiz Moro, por exemplo, se dedica a estabelecer uma jurisdição nacional para seus inquéritos, o que não existe. Quando o juiz Moro diz: 'Eu me reuni com a minha equipe' é o Ministério Público, isso não existe no Estado de Direito. Um juiz nunca forma equipe com o MP. Estamos nos encaminhando para um flexão autoritária e para a formação de exceção não declarada contra a esquerda brasileira", afirma em seu desespero.
Apesar de reconhecer, nas entrelinhas, que "utópica esquerda tupiniquim" foi destruída pela corrupção em seu partido, Gerno acaba abrindo mão do que restou de sua dignidade e coerência ao tentar inverter os fatos e desmerecer o grandioso trabalho daquele que pode vir a se tornar a maior referência moral do país por décadas, o Juiz Sérgio Moro.
@muylaerte