O PT impôs a maior humilhação possível à seus militantes e simpatizantes. A cada dia fica mais embaraçoso argumentar sobre o PT com s...
O PT impôs a maior humilhação possível à seus militantes e simpatizantes.
A cada dia fica mais embaraçoso argumentar sobre o PT com seus simpatizantes. Longe de subestimar a inteligência de quem quer que seja, até por que pressupõe-se que o bom senso não seja algo consignado à inteligência, a situação daqueles que depositaram sua confiança no partido é no mínimo melancólica.
De fato, não há nenhum político santo ou partido pelo qual se deva colocar a mão no fogo. Mas quem conhece os argumentos que o PT e seus simpatizantes sempre defenderam, e através dos quais se elegeram, pode muito bem imaginar o constrangimento que essa turma enfrenta nos dias de hoje.
Torna-se deprimente constatar o esvaziamento absoluto do discurso petista. Na prática, os governos do PT fizeram justamente o oposto de tudo aquilo que pregaram durante 35 anos. Ocorreu a maior traição ideológica da história de um partido.
Deixaram de investir bilhões e bilhões de dólares em saúde, educação, segurança e infra estrutura para torrar montanhas de dinheiro com empreiteiras e em obras faraônicas que sequer saíram do papel.
Aumentaram exponencialmente o endividamento da máquina pública. Destinam quase um terço do PIB para o pagamento de juros aos bancos privados, a quem tornaram-se subservientes e obsequiosos a ponto de entregar o ministério da fazenda à um representante do sistema financeiro, que dita todas as regras da política econômica atual.
Abandonaram compromissos históricos com o homem do campo e fizeram a mais tímida reforma agrária dos últimos 500 anos. A cereja deste bolo indigesto foi a nomeação de Kátia Abreu, uma pecuarista ideologicamente contrária aos conceitos clássicos de reforma agrária, para o ministério da agricultura.
Por mais que seja duro para um petista admitir todos estes "dados concretos", há um consenso de que o martírio não termina por aí.
A falta de coerência e honestidade em relação às contradições do partido deixa seus simpatizantes numa situação muito delicada. Afinal, foi Dilma quem propôs a maior violação dos direitos trabalhistas da história recente, ao encaminhar ao congresso um pacote de maldades que tenta abocanhar nada menos que R$ 18 bilhões em direitos sagrados do trabalhador. A traição inclui restrições no acesso a seguro-desemprego, abono salarial (PIS) e auxílio-doença, além de uma minirreforma na Previdência Social, com mudanças nas regras das pensões. Tudo isso sem debater com os maiores interessados: os trabalhadores.
Mas a conta salgada não afeta apenas um segmento ou outro da sociedade. Neste momento, todos os brasileiros são penalizados com os oneroso custos da gasolina, energia elétrica e dos juros, que figuram entre os mais altos do mundo.
Curiosamente, o PT não apresentou uma medida sequer que afete os interesses dos bancos, empreiteiras, pecuaristas, latifundiários ou multi nacionais.
Desde que assumiu o poder, o "glorioso" PT se associou à práticas, líderes e partidos políticos que historicamente sempre repudiou. Abraçou o corporativismo retrógrado, junto com Maluf, Collor, Sarney, Renan Calheiros e outros. Lula e Dilma Chafurdaram da lama com os famigerados PMDB, PP e DEM.
O gosto amargo das contradições desce goela abaixo como um gato arrepiado. Está difícil digerir a extraordinária sequência de flagrantes de corrupção envolvendo políticos do PT, tesoureiros do partido a a prisão de diretores de estatais indicados por Lula e Dilma.
Há envolvidos do PT em praticamente todos os crimes contra o patrimônio público descobertos pela Polícia Federal desde os tempos do mensalão, onde alguns dos heróis do partido foram julgados e condenados por vários crimes.
Mesmo após impor tanta vergonha aos seus simpatizantes, o PT continuou com sua "política" de práticas ilícitas. A aposta na esperteza custou caro. O partido se vê envolvido até o pescoço com os desvios na Petrobras, empresa que quase conseguiram falir, além dos escândalos do BNDES, Belo Monte e do Carf, este último com estimativa de prejuízos aos cofres públicos na ordem de R$ 19 bilhões.
Em doze anos de poder, o PT não conseguiu concluir nenhuma grande obra, excetuando-se os estádios superfaturados da copa, com metade deles hoje entregues às moscas, mas que dão prejuízos com custo de manutenção de até dez milhões de reais por mês.
O PT conseguiu privatizar mais estradas federais do que todos os seus antecessores juntos e agora estuda a privatização da Caixa Econômica Federal para cobrir parte dos R$ 89 bilhões, assumidos por Graça Foster, ex-presidente da estatal da Petrobras, com os esquemas de desvios na estatal descobertos pela Operação Lava Jato.
Os desvios atribuídos ao PT seriam suficientes para promover a transformação social do país que tanto prometeram desde a sua fundação. O problema é que, uma vez no poder, optaram por outro caminho e acabaram revelando-se piores que todos os adversários juntos.
O desempenho do PT no poder, um sonho para muitos, foi tão decepcionante que até mesmo o argumento sobre a tão propalada distribuição de riquezas começa a se revelar mais uma grande ilusão. A alegação cai por terra com o aumento do número de pessoas abaixo da linha de pobreza no país, estimado em 15 milhões de brasileiros. Os que foram promovidos artificialmente para a "nova classe média" também começam a discordar da honraria recebida, pois continuam espremidos em trens lotados ou sendo vitimados por balas perdidas, da polícia ou dos traficantes. nas favelas.
A reboque de tantos infortúnios, o PT ainda está conseguindo destruir todo o "glamour" do socialismo e das esquerdas no país e na América Latina. Diante dos fatos, é seguro afirmar que o partido perdeu a identidade e razão de existir, deixando órfãos seus seguidores.
Resta lembrar que todos estes fatos lastimáveis não são meramente equívocos ou contradições. São eventos que afetam a vida de todos os brasileiros.
@muylaerte