Embora o balanço apresente divergências em relação ao divulgado pela ex-presidente da estatal, Graça Foster, que declarou prejuízos de ce...
Embora o balanço apresente divergências em relação ao divulgado pela ex-presidente da estatal, Graça Foster, que declarou prejuízos de cerca de R$ 89 bilhões, o balanço mais recente da companhia, agora sob a tutela de Aldemir Bendine, não chega a ser animador.
No balanços do terceiro trimestre de 2014 e do ano passado completo, a nova direção admite que a empresa foi roubada desde 2004, o que teve como consequências a perda do valor no mercado, a redução da capacidade de investimento e a contenção dos planos de negócios.
De acordo com os cálculos apresentados a investidores, fornecedores e analistas, as perdas com corrupção e má gestão nos últimos anos foram estimadas em R$ 50,8 bilhões.
A diferença de quase R$ 40 bilhões em relação ao valor declarado pela ex-presidente deixa dúvidas. Considerando que com a nova rodada de empréstimos anunciados na última sexta-feira, os recursos de bancos públicos comprometidos com a Petrobrás chegam a R$ 79 bilhões, as suspeitas de que o valor do rombo anunciado por Graça seja mais compatível que o anunciado por Bendine.
Apenas no ano passado a companhia registrou prejuízo de R$ 21,587 bilhões. É o primeiro resultado negativo desde 1991, segundo a consultoria Economática. A responsabilidade deste prejuízo pode ser atribuída diretamente à Dilma, Lula e o PT, que indicaram os diretores responsáveis pelos desvios.
O balanço foi aprovado por auditores externos, que demonstraram bastante "boa vontade" em cooperar para que a companhia tenha chances de se recuperar de tantos roubos.
Além dos prejuízos causados pela corrupção, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, reconheceu que problemas de gestão e falhas de planejamento também contribuíram para a enorme desvalorização de grandes projetos da empresa, deixando Dilma novamente numa situação delicada.
Além dos prejuízos decorrentes da corrupção na empresa, a Petrobras perdeu ainda outros R$ 44,5 bilhões no valor de seus investimentos. Desse total, quase R$ 31 bilhões em consequência do cancelamento de parte dos projetos nas refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Comperj, no Rio de Janeiro.
O balanço anual saiu com atraso porque os auditores se recusaram a assinar as contas do terceiro trimestre sem os cálculos dos prejuízos com esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas investigado pela Operação Lava Jato.
Embora questionável, o balanço oferece uma perspectiva bastante razoável sobre o estrago que as administrações do PT provocaram na companhia.
@muylaerte