Fernando de Castro Sá, gerente de informação técnica e propriedade intelectual da Petrobras, confirmou algumas suspeitas levantadas pela ...
Fernando de Castro Sá, gerente de informação técnica e propriedade intelectual da Petrobras, confirmou algumas suspeitas levantadas pela ex-gerente da estatal, Venina Velosa da Fonseca, sobre pagamentos irregulares.
Fernando Castro disse ainda que ouviu de um assistente que o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli queria sua demissão e que o ex-diretor de Serviços, Renato Duque, o havia chamado de "inflexível" por questionar os contratos da área.
Em depoimento à CPI da Petrobras, Sá confirmou que havia ingerência na área de orientação contratual da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) - chamada de clube das empreiteiras - na estatal.
Quando foi gerente jurídico de Abastecimento da Petrobras, ele contou que viu "coisas estranhas" e que se recusou a ratificar pareceres, inclusive para pagamentos de serviços não realizados na Diretoria de Serviços numa situação de greve de funcionários da empreiteira.
"Fui consultado na época sobre efetuar um pagamento antecipado em serviços não realizados, porque a empresa estava com problema de caixa e minha área foi taxativa e disse que não", afirmou.
"O cara pagou por aquilo que não fez. Foi isso que a Petrobras fez", criticou o sub-relator da CPI, deputado Altineu Côrtes (PR-RJ).
Sá relatou uma reunião em que estava a ex-gerente Venina Velosa da Fonseca e que Duque teria reclamado que eles estavam "criando problemas".
"Ele disse que a contratação seria da forma como a Engenharia queria e que eventuais sugestões do Abastecimento seriam incorporadas", disse.
Ao ser afastado do setor jurídico da área internacional, em 2009, Sá contou que sua antiga equipe foi chamada de "talibã" e que eles foram orientados a não terem mais contato com ele. Ele reclamou de perseguição.
"Não havia muito a quem denunciar", comentou. O gerente produziu um dossiê sobre as denúncias de ingerência das empreiteiras, que foram encaminhadas ao Ministério Público.
@muylaerte