Os dados estão no Dossiê Abrasco – Um Alerta sobre os Impactos dos Agrotóxicos na Saúde, lançado nesta quarta-feira (28) pela Associação ...
Os dados estão no Dossiê Abrasco – Um Alerta sobre os Impactos dos Agrotóxicos na Saúde, lançado nesta quarta-feira (28) pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em evento na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
De acordo com o levantamento, O setor agrícola brasileiro comprou, no ano de 2012, 823.226 toneladas de agrotóxicos – muitos deles, proibidos em outros países. De 2000 a 2012, o aumento em toneladas compradas foi 162,32%.
“Desde 2009, o Brasil assumiu a posição de primeiro consumidor mundial de agrotóxico. O consumo daria 5,5 quilos por brasileiro por ano”, afirmou Paulo Petersen. diretor da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA).
O diretor da ABA explica que esse aumento está diretamente relacionado à expansão da monocultura e dos transgênicos. “Ao contrário do que vinha sendo divulgado quando eles [transgênicos] foram lançados, que permitiriam que o uso de agrotóxico diminuísse, porque seriam resistentes às pragas, o que se verificou foi o oposto. Não só está usando mais, como está usando agrotóxicos mais poderosos, mais fortes. Nós fomos levados a importar em regime de urgência determinados agrotóxicos que sequer eram permitidos no Brasil para combater pragas na soja e no algodão transgênicos, que foram atacados por lagartas.”
Segundo Petersen, 22 dos 50 princípios ativos mais empregados em agrotóxicos no Brasil estão banidos em outros países, além de haver uso além da necessidade técnica e métodos menos tóxicos e eficientes para o controle de pragas. “Estamos em uma situação de total descontrole, o Estado não cumpre o processo de fiscalização como deveria e a legislação para o uso de agrotóxicos também não é cumprida.” Brasil consome 14 agrotóxicos proibidos no mundo.
Nem mesmo os 34.147 registros de intoxicação por agrotóxico entre 2007 e 2014, onde ocorreram casos de morte, malformação de feto, câncer, disfunção fisiológica, problemas cardíacos e neuronais foram capazes de sensibilizar o governo a tomar medidas. A preocupação com a arrecadação de impostos parece maior.
@muylaerte