Não adianta o Brasil voltar suas atenções para a Esplanada dos Ministérios. Embora os jornais Valor Econômico e Folha de S. Paulo tenha...
Não adianta o Brasil voltar suas atenções para a Esplanada dos
Ministérios. Embora os jornais Valor
Econômico e Folha de S. Paulo tenham adiantado que a permanência de Joaquim
Levy no comando do Ministério da Fazenda estaria mais ameaçada do que se
imagina, há poucas esperanças que seu sucessor consiga dar um jeito na economia
sem acabar de afundar o país.
O governo está no limite do desgaste perante a opinião pública em decorrência dos escândalos de corrupção e da crise econômica. A mudança de nome, acompanhada
por novas guinadas na política econômica programada para começo do ano que vem seria
apenas uma jogada para assegurar sobrevida à Dilma no poder. O prazo de
validade do governo expirou prematuramente e o PT tentará apontar Levy como responsável pela demora na recuperação da economia.
Embora a jogada tenha como objetivo dar argumentos ao governo, o
mercado dificilmente engolirá a solução milagrosa. Mesmo as especulações sobre
um possível convite do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles não
chegam perto de serem suficientes para acalmar o estado de agitação do mercado.
Para Luiz Felipe Seabra Mello, gestor de equities da Appia Capital,
o Brasil vive hoje o pior cenário na ótica do investidor. Com tanta indefinição
no ar, fica difícil fazer qualquer prognóstico minimamente confiável com
perspectiva de médio prazo. "O pior contexto é o da dúvida. É uma leitura
muito difícil. Traçar um cenário para três meses tem um componente de chute
enorme. O cenário ainda é muito nebuloso", avaliou.
Para Mello, no entanto, existe um cenário caótico que não pode ser
excluído das avaliações dos especialistas. Nele, figurariam maiores atrasos na
complementação de medidas para o ajuste fiscal, cortes de rating, recessão mais
grave, inflação descontrolada e confiança em níveis abissais. Neste caso,
reforçando a tese inicial - compartilhada por boa parte dos atores do mercado
-, um ministro só não faz verão.
As expectativas são de que poucas mudanças aconteçam com uma
eventual entrada de Meirelles. O quadro de deterioração da economia não irá se
alterar sem que o comando do país seja revisto. Dilma e o PT não possuem mais
autoridade moral para governar o pais.
@muylaerte