A Polícia Federal teve acesso a novos E-mails comprometedores nas buscas realizadas na sede da Odebrecht. As mensagens mostram uma rela...
A Polícia Federal teve acesso a novos E-mails comprometedores nas buscas
realizadas na sede da Odebrecht. As mensagens mostram uma
relação de influência e intimidade do presidente da empresa, Marcelo Odebrecht,
junto ao Palácio do Planalto. Até poucos dias antes de ser preso, o empreiteiro
controlava encontros com chefes de estado nos governos Dilma e Lula.
Nos E-mails verificados pela PF, o presidente da empresa, Marcelo
Odebrecht, demonstra sua capacidade de influenciar até mesmo o que o seria dito
por Lula e Dilma aos chefes de estados de outros países em agendas oficiais,
sugerindo inclusive a postura presidencial nos encontros.
Influência comprovada. Em mensagem para executivos da construtora, o
então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge,
confirmou que Lula fez lobby pela empresa em encontros com líderes estrangeiros.
Marcelo Odebrecht manda em Dilma.
Quatro dias antes do encontro de Dilma, em junho de 2012, com o
presidente da República Dominicana, Danilo Medina, Marcelo Odebrecht
interferiu. Na ocasião, ele encaminhou
para Giles e Anderson uma nota orientando a pauta da reunião. No documento,
Marcelo ordena que Dilma "reforce" dois pontos na conversa: "a
confiança que ela tem na Organização Odebrecht em cumprir os compromissos
assumidos" e "a disposição dela, através do BNDES, continuar apoiando
as exportações de bens e serviços do Brasil, dando continuidade aos projetos de
infraestrutura prioritários para o país".
A reportagem do jornal O GLOBO verificou que o encontro com Medina
consta da agenda oficial da presidente. Em entrevista para jornalistas depois
do encontro, o presidente da República Dominicana disse ter recebido aceno do
governo brasileiro para obter financiamento para construção de duas usinas no
país. O projeto seria contemplado dois anos depois. Dos US$ 2,5 bilhões
liberados pelo BNDES a empresas brasileiras em contratos com a República
Dominicana nos governos de Lula e Dilma, apenas a Odebrecht ficou 80% dos
recursos, ou US$ 2 bilhões. Isso apenas em contratos com a República Dominicana.
@muylaerte