“O senhor é o senhor Luiz?”, perguntou o médico. “Sou”, respondeu o rapaz. O senhor precisa ser forte para ouvir o que vou lhe dizer. “...
“O senhor é o senhor Luiz?”, perguntou o médico. “Sou”, respondeu o
rapaz. O senhor precisa ser forte para ouvir o que vou lhe dizer. “Seu filho
nasceu morto”, continuou o doutor. “É preciso ser mais forte ainda, porque sua
mulher também morreu”. Foi assim que Lula recebeu a notícia da morte de Maria
de Lourdes da Silva, sua primeira mulher e de seu primeiro filho, numa manhã de
segunda-feira, 7 de junho de 1971.
Há mais de quatro décadas, Lula sentiu na própria pele a má
qualidade dos serviços de saúde no país. Em depoimentos a Denise Paraná, na
biografia autorizada “Lula, o Filho do Brasil”, o ex-presidente revelou sua a
revolta com a qualidade no atendimento da rede hospitalar do país:
“A Lourdes tinha ficado grávida e, no sétimo mês da gravidez, ela
pegou hepatite. Ninguém me tira da cabeça que ela morreu por negligência da
rede hospitalar do Brasil, por problemas de relaxamento médico. Porque ela
estava com anemia profunda e uma hepatite crônica. Ela poderia ter sido melhor
tratada. Morreu sem que houvesse nenhuma assistência para ela. Eu fui ao
hospital e vi. Ela gritava, ela gritava, ela gritava. Não tinha um médico para
atender, não tinha ninguém. Sinceramente, eu tenho muitas restrições a esses
médicos que estavam no hospital. Hoje, eu tenho consciência de quanto um
desgraçado de um pobre passa nos hospitais”, declarou Lula em 1993, sendo o livro publicado em 2002.
44 anos após a morte de sua primeira esposa, 14 dos quais com o PT de Lula no poder, fica a dúvida se o ex-presidente explorou um drama pessoal para fazer demagogia. O fato é que hoje, 93% dos brasileiros consideram os serviços públicos e privados de saúde
no Brasil como regulares, ruins ou péssimos, conforme apontou pesquisa do
Instituto Datafolha feita a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM),
Mulheres grávidas e seus filhos continuam morrendo por falta de atendimento no país do PT. A representante da ONU para Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, em resumo
das atividades da 58ª Comissão sobre o Status da Mulher resumiu a situação do
país, após 14 anos de governos do PT: “É inaceitável o alto número de casos de mortalidade materna que
poderiam ser evitados com cuidados médicos e assistência adequada”, afirmou
Gasman, indignada.
Lamentavelmente, a lição não foi capaz de melhorar o caráter de Lula,
que preferiu investir bilhões do dinheiro do povo na Odebrecht, empreiteira que
contratava suas palestras, ao invés de revolucionar a saúde no país. Apesar de afirmar ter “consciência de quanto um 'desgraçado' de um pobre passa nos
hospitais", Lula demonstrou não se importar com o infortúnio do povo.
@muylaerte