Em tempos de normalidade na vida de uma nação, a ausência de atitudes nobres de um chefe de Estado acaba sendo algo que passa despercebid...
Em tempos de normalidade na vida de uma nação, a ausência de atitudes nobres de um chefe de Estado acaba sendo algo que passa despercebido. A decepção com os líderes começa quando surgem as dificuldades. Nestes momentos, os olhos da população se voltam para o chefe de governo na expectativa de gestos, ações e propostas coerentes.
O povo nutre uma expectativa razoável sobre a habilidade de seu governante e espera que ele saiba lidar com os desafios de forma sensata. Por razões óbvias, pressupõe-se que os postulantes ao cargo sejam proativos e possuam a devida experiência em lidar com desafios. E é justamente nos momentos de dificuldade que os verdadeiros chefes de estado conseguem surpreender a população através de propostas criativas, soluções eficientes e gestos nobres.
Diante da grave crise que o Brasil atravessa, não seria nenhum exagero esperar um gesto nobre da presidente Dilma Rousseff. Entretanto, soluções criativas e decisões eficientes já seriam bem vindas. Infelizmente ficou constatado que Dilma não tem nem uma coisa nem outra a oferecer. Para decepção dos brasileiros, os desafios impostos ao país nos últimos meses revelaram a incompetência, o cinismo e o caráter esquivo da presidente.
Ao invés de atitudes razoáveis, como simplesmente cumprir sua palavra, Dilma comprovou que o propósito de suas promessas de campanha era apenas eleitoral. Desleal, Dilma mentiu, mentiu e continuou mentindo após eleita.
O próprio Lula reconheceu o estelionato eleitoral ao admitir que Dilma mentiu durante a campanha. Abaixo, um trecho da fala do ex-presidente durante palestra no auditório do Instituto Lula no dia 18 de junho.
“Tem uma frase da companheira Dilma que é sagrada: ‘Eu não mexo no direito dos trabalhadores nem que a vaca tussa’. E mexeu. Tem outra frase que é marcante, que é a frase que diz o seguinte: ‘Eu não vou fazer ajuste, ajuste é coisa de tucano’. E fez. E os tucanos sabiamente colocaram Dilma falando isso [no programa de TV do partido] e dizendo que ela mente. Era uma coisa muito forte. E fiquei muito preocupado”. Admitiu Lula.
É triste reconhecer que a presidente da República resolveu adotar a mentira não apenas como uma tática para ganhar a eleição, mas também como estratégia de governo. Dilma garantiu que a inflação estava sob controle, que não haveria aumento da taxa de juros, que não retiraria direitos sociais e trabalhistas, que não prejudicaria os trabalhadores. Dizia que não havia necessidade de ajuste fiscal porque as contas públicas estavam sob controle.
Prometeu ainda que não aumentaria impostos, mas Subiu o PIS/Cofins, reativou a Cide sobre os combustíveis, aumentou a tarifa da energia elétrica, aumentou os combustíveis, cortou verbas da saúde, educação e fez praticamente o oposto de tudo aquilo que havia prometido ao eleitor.
Além de subestimar a inteligência da população, Dilma explorou e abusou de qualidades tradicionais do povo brasileiros, como a boa fé e a boa vontade. Boa fé por terem votado e boa vontade por a terem tolerado até aqui. A queda recorde em sua popularidade é um reflexo de suas atitudes temerárias e nada honradas.
Em discurso recente, Dilma reivindicou a legitimidade dos votos que obteve. Excetuando-se a ausência de atitudes nobres, o fato é que as únicas coisas que Dilma legitimou após eleita foram suas mentiras e sua incompetência. Ao mentir e enganar o povo, Dilma abriu mão não apenas da legitimidade dos votos que recebeu, mas também da legitimidade de seu mandato.
@muylaerte