A Polícia Federal acaba de divulgar um novo laudo pericial onde aponta que os pagamentos indevidos feitos pela Petrobras durante os ...
A Polícia Federal acaba de divulgar um novo laudo pericial onde aponta
que os pagamentos indevidos feitos pela Petrobras durante os governos do PT,
entre 2004 e 2014, para 27 empresas investigadas pela força-tarefa da Operação Lava Jato, alcançaram a cifra
dos R$ 42 bilhões, ou mais que o dobro do valor estimado até o momento, que era
de R$ 20 bilhões.
O grupo ligado ao governo teria
se beneficiado do suposto esquema de cartel comandado pelas maiores
empreiteiras do país. Os criminosos envolvidos nos desvios agiam em conluio com
políticos do PT, PMDB e PP e outros agentes públicos nomeados por estes
partidos, que fatiavam as obras e repassavam as propinas.
O valor de R$ 42 bilhões consta
de uma tabela com a "estimativa dos pagamentos indevidos realizados"
pela Petrobras. Nela há detalhamento de valores por empresas do cartel e as
estimativas mínimas e máximas de pagamentos excessivos.
"Considerando que em
ambiente cartelizado a competitividade fica praticamente descartada, estima-se
que os percentuais de lucros excessivos aplicados pelas empreiteiras
cartelizadas possam ter variado entre o mínimo de 3%, correspondente aos
valores repassados a partidos políticos e aos ex-funcionários da Petrobras,
podendo chegar a até 20%", informa o texto do laudo.
Os 20% seriam "um
porcentual conservadoramente considerado como máximo para a majoração indevida
dos lucros decorrentes dos preços excessivos, aplicados em ambiente desprovido
de livre concorrência", registra o documento do setor técnico-científico
da Polícia Federal, em Curitiba.
O laudo elenca através de uma
tabela a origem dos pagamentos feitos pela Petrobras para as 27 empresas
apontadas como integrantes do cartel, num total de R$ 215,67 bilhões.
Sobre este valor, era acrescido
do porcentual mínimo de desvios, considerando apenas a propina para tesoureiros
do PT, agentes públicos e políticos, chegava a 20%.
O documento foi concluído no
final de outubro e anexado aos autos da Lava Jato na semana passada, no
inquérito que investiga o papel da Odebrecht no esquema de corrupção na
Petrobras.
Assinado pelos peritos
criminais federais Audrey Jones de Souza, Raphael Borges Mendes e Jefferson Ribeiro
Braga, a análise toma como base os valores lançados pela estatal nas
demonstrações financeiras encerradas em dezembro de 2014.
@muylaerte