A atriz Irene Ravache, que interpreta Vitória na novela ‘Além do Tempo’ da Rede Globo concedeu entrevista ao jornalista Léo Dias do jo...
A atriz Irene Ravache, que
interpreta Vitória na novela ‘Além do Tempo’ da Rede Globo concedeu entrevista ao jornalista Léo Dias do jornal O Dia neste
fim de semana e
fez questão de realçar sua profunda decepção com o Partido dos Trabalhadores.
Léo Dias - Você já foi uma defensora
ferrenha do PT. Foi a maior decepção da sua vida?
Irene Ravache - Foi uma das grandes, senão a maior decepção
da minha vida. Pelo menos como cidadã. Comecei a ficar simpatizante do PT logo
no iniciozinho dele, em São Bernardo (SP), na década de 80. Havia um discurso
colocado em cima de questões éticas e não houve neste país nenhum partido de
oposição que colocasse mais o dedo na ferida, como um cachorro guardião, do que
o PT. Se nós tivéssemos hoje um partido de oposição como o PT foi, não duraria
muito tempo.
O PT tinha uma maneira de fazer suas colocações de uma forma tão
clara, que por isso ele ganhou: vinha da classe simples, do operário… O nosso
ex-presidente (Lula) veio de uma classe extremamente simples! Um operário.
Quando o PT ganhou a presidência, curiosamente eu não havia votado no PT, mas
fui festejar. Não votei, mas sabia que ele iria ganhar, e pensei realmente que
nós iríamos acordar, que iríamos dar uma virada de página, e aí acabou
acontecendo o que a gente está vendo até hoje. É uma decepção ver alguém pegar
as tuas esperanças de ver um país melhor virando completamente o seu discurso,
a sua atitude. É uma decepção muito grande! Você perde a crença em tudo.
Todas
as vezes em que acontecem esses escândalos que nós acompanhamos, seja pela
televisão ou pelos jornais, cada vez que um partido fala, ele fala para ver
como ele fica melhor na situação e não dá a sua voz para uma coisa melhor para
o Brasil. Meus amigos estrangeiros dizem assim: “Mas como é que os brasileiros
ainda não tiraram esse presidente da Câmara (Eduardo Cunha)?” Todos eles presos
de alguma forma: ou por conchavos políticos ou pessoais, ou por ter algo que
pode se tornar escândalo… Então, a única palavra que define é ‘corja’.