Nesta quarta-feira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a abordar a crise de corrupção implantada pelo PT no país. Diante...
Nesta quarta-feira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a
abordar a crise de corrupção implantada pelo PT no país. Diante de uma plateia lotada em uma livraria
da avenida Paulista, FHC afirmou que os erros que levaram o Governo à atual
situação não foram da presidenta Dilma Rousseff mas, sim, do ex-presidente
Lula. “A Dilma é um acidente do Lulopetismo. O Lulopetismo é muito mais grave
do que a Dilma”, observou FHC.
“Não foi ela quem errou, foi ele [Lula]. Primeiro que foi ele quem a
escolheu. Segundo que foi no Governo dele que se começou a montar esse esquema
todo”, complementou, em referência ao caso de corrupção na Petrobras
investigado pela Operação Lava Jato. A fala foi feita durante o evento de
lançamento de seu novo livro, uma coletânea de artigos políticos publicados por
ele nos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, intitulado “A Miséria da
Política – Crônicas do Lulopetismo e outros Escritos”, em que ele analisa o
Governo petista, que o sucedeu na presidência em 2003.
Reconhecido como uma das vozes mais importantes da oposição, o sociólogo
negou que os pedidos de impeachment sejam uma tentativa de dar um “golpe”,
rebatendo afirmações de integrantes do PT, Lula e a própria presidente. “Não há
golpe. Quem está sofrendo a crise não quer dar golpe, quer se livrar da crise.”
Ele disse ainda ter se “decepcionado” com o ex-metalúrgico, que “deixou escapar
a possibilidade de consolidar no país um novo tipo de política”. “Você está na
presidência da República, tem que fazer nomeações que você não quer. Mas você
mostra que não quer. O Lula dá a impressão de que está feliz ali, com os
poderosos, com a riqueza. Ele foi capturado pela política tradicional
brasileira. Ele tinha condições de quebrar essa política. Ao invés de quebrar,
ele aderiu”, ressaltou, numa referência ao fato de Lula ter se tornado um
milionário, graças ao conluio com empreiteiros corruptos.
FHC ignora liderança de Aécio Neves e demais integrantes da cúpula do PSDB.
O ex-presidente aproveitou para enviar recados a seu próprio partido,
cujas lideranças oscilam e divergem sobre a forma como devem lidar com a crise.
Para ele, o país hoje sofre uma crise de liderança. Por isso, diz, a oposição
precisa construir um discurso que transforme a “derrota” do PT na vitória da
oposição. “A oposição, para ser vitoriosa, não basta a derrota de um, tem que
ter a vitória de outro. Eu não sei quem vai ser capaz de ter um discurso que
seja compatível com o momento. E esse discurso tem que juntar o social, com o
econômico e o político”, completou.
@muylaerte